Um dia depois de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição PEC 241 que limita o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, a Câmara dos Deputados concedeu aumentos salariais a diversas categorias de servidores federais.
Os reajustes serão de até 37% e o impacto da medida aos cofres públicos será superior a R$ 2 bilhões em 2017. Sobre o assunto o programa Revista Brasil entrevista o economista e consultor econômico, Raul Velloso. Ele já foi secretário para Assuntos Econômicos (1985-89) do Ministério do Planejamento.
Raul Velloso explica que essa situação é complicada e que uma coisa é conflitante com a outra. Alguns casos estavam em andamento quando a PEC começou a ser discutida. A concessão desses aumentos, vai ter que ir ao Senado, foi aprovada apenas numa comissão especial da Câmara e pode sofrer um tipo de "tropeço" no meio do caminho.
Ele acredita que, se for aprovado, o aumento pode criar precedentes para outros casos e dificultar o trabalho do Ministério da Fazenda, caso a PEC seja aprovada no Senado. “Mas, enfim, tem muita coisa ainda no meio do caminho, até que se chegue à decisão final”.
Ele defende que a PEC 241 vai estabelecer uma nova forma do gasto evoluir na União e há uma necessidade grande de se conter o crescimento do gasto. “Se a PEC for implementada 'em cima do laço', ou ali na letra do que foi escrita na lei, é muito importante”, disse.
Na opinião do economista, a PEC 241 representa a reação da nova administração, ao descalabro financeiro no setor público, que foi herdado por conta de medidas equivocadas, excessos que foram cometidos na área de gastos, desonerações. “Enfim é uma reação aos desmandos herdados da gestão anterior. É só isso".
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O Revista Brasil é uma produção das Rádios EBC e vai ao ar, de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional AM Brasília. A apresentação é de Valter Lima