Segundo informações do Núcleo da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, já somam 10 mortes somente no Complexo Penitenciário de Bangu (Complexo de Gericinó). Não houve rebelião mas já tem greve de fome, assembleia marcada de agentes penitenciários para hoje (16), com boas chances de paralisação.
Existe um quadro de expectativa de agitação nos presídios do Rio de Janeiro e sobre o assunto, o Revista Brasil desta segunda-feira (16), conversa com o defensor público do Núcleo do Sistema Penitenciário da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Nuspen), Leonardo Rosa.
Segundo o defensor público, já em 2017 são 11 mortes (dados atualizados), consideradas “mortes silenciosas”, ocorreram no sistema penitenciário do estado do Rio de Janeiro. A Defensoria Pública do estado suspeita que o problema seja causado pela superlotação carcerária. São 51.113 presos para 27 mil vagas.
“São mortes silenciosas porque não gritam, não sai sangue, não causam comoção social, como as que estão ocorrendo”, disse o defensor. Ele argumenta que, como em qualquer segmento social, dentro do presídio as pessoas vão morrer também, faz parte da vida. Se morre gente no mundo livre, vai morrer gente no mundo encarcerado.
O que tem chamado a atenção da Defensoria Pública é o aumento paulatino, em cada tipo dessas mortes, dentro do sistema. “Em 2015 nós tivemos 183 mortes e em 2016 pulou para 253. Um salto muito grande.”
Leonardo Rosa esclarece que a maioria das mortes são classificadas como de causas naturais, por doença. Mas documentos revelam que a maioria tem a ver com doenças ligadas ao aparelho respiratório, notadamente pneumonia e tuberculose, o que nos leva a crer que tenham total relação com a superlotação carcerária. “Quanto mais presos, maior a promiscuidade corporal, menor assistência à saúde, portanto, aumento de mortes.”
Saiba mais sobre o assunto, ouvindo a entrevista na íntegra, no player acima.
O Revista Brasil é uma produção das Rádios EBC e vai ao ar, de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional AM Brasília, em rede com as Radio Nacional da Amazônia, do Rio de Janeiro e do Alto Solimões. Apresentação: Cézar Faccioli.
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