A situação da agricultura familiar no Brasil tem tido há mais de 20 anos uma política de assentamento e está com um quadro melhor nos últimos anos, onde centenas de milhares tiveram acesso á terra, embora esse processo precise continuar avançando. Além disso, o crédito está chegando mais facilmente, apesar das dificuldades na assistência técnica.
Para o presidente da Companhia de Planejamento (Codeplan) do Distrito Federal, Julio Flávio Maragaya, um dos problemas crônicos é o da concentração fundiária, porque o Brasil é um dos países que tem a maior concentração fundiária do planeta. O DF repete esse padrão nacional e tem um grau de concentração um pouquinho mais elevado.
"Se formos considerar o tamanho médio do estabelecimento da agricultura familiar com o da não familiar, chamada empresarial, a diferença no Brasil é de 17 vezes, e aqui no Distrito Federal é de 19 vezes", explica Julio Flávio.
Dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006 demonstram uma imensa concentração fundiária e aqui no DF, que tem um terreno menor, há uma característica peculiar. Diferente do Mato Grosso ou do Pará, onde a grande propriedade tem milhares de hectares, aqui, uma propriedade com 200 hectares já é considerada grande. Isto impõe uma limitação econômica ao desenvolvimento da agricultura no DF. O ideal é que produzíssemos alimentos consumidos pela população, o chamado cinturão verde e houvesse uma menor especialização na produção de soja, de milho, mas o que se tem é o oposto.
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Acompanhe a entrevista sobre o assunto ao programa Revista Brasília, na Rádio Nacional de Brasília, com apresentação da jornalista Rejane Limaverde.