A Universidade Brasília (UnB) investigou durante 32 meses as violações de direitos humanos cometidos no campus da UnB, entre os anos de 1964 e 1988. O professor adjunto de Teoria do Direito Público da UnB, Cristiano Paixão, conta que a universidade era muito visada na época do golpe de 1964. Professores e alunos foram perseguidos e expulsos. E tem ainda o caso de três alunos desaparecidos. "Portanto, foi um período muito traumático e forte para a história da universidade que precisa ser escrito e divulgado", diz.
De acordo com o professor, foram ouvidas mais de 40 testemunhas, realizadas mais de 20 audiências públicas e examinadas mais de 60 mil folhas de documentos, com a colaboração de ex-professores e ex-alunos.
Durante as audiências públicas, a UnB TV fez imagens dos depoimentos, da cerimônia de abertura da comissão e tudo que foi documentado virou um vídeo de 10 minutos, que poderá virar um longa-metragem. Segundo o professor, o que se pretende agora é enviar cópias do relatório para várias instituições, como Ministério Público, a própria Reitoria da UnB, para que providências sejam tomadas e evitar que certas violações sejam perpetuadas.
Cristiano Paixão conta que a partir do relatório quer sejam revistos títulos acadêmicos para apoiadores da ditadura, nomes de lugares públicos para representantes de governos militares e rever a Lei de Anistia para possibilitar a punição de todos envolvidos em tortura e desaparecimentos.
Saiba mais sobre o relatório da Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade da UnB nesta entrevista ao programa Revista Brasília.
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