Os níveis de arsênio, manganês e chumbo estão acima do permitido, nos sedimentos extraídos das águas do Rio Doce, após tragédia de barragem, no município de Mariana. As análises foram feitas no laboratório do Campus de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB), que trabalha com avaliações independentes de impactos ambientais. O relatório é parciais.
O professor de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, Ricardo Silveira Bernardes, foi o convidado Revista Brasília. desta quinta-feira (7), para dar mais informações sobre o caso.
Segundo o professor, as concentrações de metais perniciosos para o consumo da água são elevados e isto desmonta a ideia que foi passada de que o rejeito era inerte, ou seja, não faria mal.
Na mineração, explica Ricardo Silveira, quando se pega um minério há a presença de vários metais e então quando esse metal vai para do rio, esses resíduos podem ser consumidos pelas pessoas.
Algumas regiões têm alta concentração desses metais e os minérios encontrados no subsolo estão todos misturados, explica Ricardo Silveira Bernardes. Então, ao retirar todos esses minerais por meio de vários processos, os rejeitos que sobram são armazenados em barragens. As substâncias tóxicas ficam no fundo da barragem e enquanto estão lá estão inertes. No entanto, na hora que saem do fundo da terra e são dissolvidos em água, e caem no rio, este é contaminado e foi o que aconteceu com o estouro da barragem, em Mariana-MG.
Entenda o assunto, nesta entrevista ao Revista Brasília, com apresentação de Rejane Limaverde, na Rádio Nacional de Brasília.
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