Em entrevista a Dylan Araujo, no programa Revista Rio, o pesquisador da Casa Fluminense, Guilherme Braga Alves, falou sobre o Mapa da Desigualdade 2020, publicação que mostra 40 indicadores socioeconômicos que retratam o cenário da desigualdade estrutural na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
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São dez eixos temáticos, com quatro indicadores por eixo.
"A gente está falando sobre Educação, Emprego, Transporte, Segurança, Saneamento, Saúde, Educação, Cultura, Assistência Social e Gestão Pública", declarou.
Em certas áreas da Região Metropolitana, no que diz respeito a Transporte, o deslocamento para ir e voltar do trabalho, especialmente em periferias mais distantes, como a Baixada Fluminense, consome mais de um terço da renda mensal. Já em outras localidades, "se as pessoas pegarem dois ônibus por dia, ou seja, um para ir e um para voltar, elas vão gastar menos de 5% de sua renda mensal", revelou Guilherme.
O levantamento cruza dados e mostra que as pessoas que vivem nas regiões onde o custo da tarifa é proporcionalmente maior, em relação a sua renda, também levam mais tempo no transporte público todos os dias, com um grande impacto em seu orçamento e qualidade de vida.
Guilherme comentou ainda sobre leitos hospitalares.
"Nós percebemos que em Japeri, que é um município com uma população de aproximadamente 100 mil pessoas, simplesmente não tem leitos hospitalares", disse, mostrando a realidade de um grande contingente em relação ao acesso a determinados serviços de Saúde Pública.
O pesquisador da Casa Fluminense observou que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro tem desigualdades estruturais muito fortes, que vem de antes da pandemia do coronavírus.
Revelando outro dado alarmante, o estudo mostra que na capital fluminense, a disparidade na expectativa de vida entre quem mora no bairro de São Conrado e quem vive ali ao lado, na Favela da Rocinha, a diferença é de 23 anos.