De Jair Amorim e Dunga, o samba-canção Conceição é considerado o maior sucesso de Cauby Peixoto, que completaria, neste 10 de fevereiro, 90 anos. De voz doce e aveludada, deu vida à canção, imprimindo sua personalidade vocal. Para o jornalista e pesquisador Rodrigo Faour, autor da biografia “Bastidores: Cauby Peixoto, 50 anos da voz e do mito, a interpretação que ele dava às canções acabavam se sobrepondo inclusive à letra.
Vindo de uma família musical, dono de um timbre marcante, e de uma ousadia artística, foi um dos primeiros ídolos brasileiros a conquistar um público cativo, sempre arrastando multidões de fãs, que chegavam a rasgar suas roupas. Astro da época de ouro, Cauby brilhou em várias emissoras, com destaque para a Rádio Nacional. Alçou carreira internacional e atravessou gerações com sua voz.
Sempre moderno e versátil, a carreira do Professor, como era carinhosamente conhecido no meio artístico, também encontrou espaço para sucessos como “Rock and roll em Copacabana”, de Miguel Gustavo.
Além da fama, Cauby colecionou amigos, como o cantor, Agnaldo Timóteo.
Mas, nem tudo foi sucesso na vida de Cauby Peixoto, que passou por momentos de incertezas na carreira, chegando a temer ser abandonado e esquecido pelo público. Foi a partir de 1967, quando, segundo Rodrigo Faour, ele vive a “pior fase fonográfica”. A volta por cima veio em 1980, com o LP “Cauby! Cauby!”, lhe emplacou mais um megasucesso, “Bastidores”, composição de Chico Buarque.
Filho do violonista Cadete, Cauby nasceu em Niterói, Região Metropolitana do Rio. A relação apaixonada com a música se transformou em marca fundamental de sua trajetória. E mesmo após a morte, em 2016, o intérprete de Conceição continua sendo uma das vozes mais importantes da música popular brasileira.