O Tarde Nacional desta segunda-feira (6) falou sobre um estudo inédito no país que mensurou como indígenas de três comunidades do Vale do Javari, no Amazonas, lidam, vivenciam e controlam a dor. As entrevistadas foram a professora da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Eliseth Ribeiro Leão, e a docente do curso de Enfermagem da Universidade Paulista em Manaus, Elaine Barbosa de Moraes.
Ela explicaram que a pesquisa buscou entender como era a dor dos entrevistados, a quanto tempo eles a sentiam, em qual intensidade, em que áreas do corpo ela os acometia, com o quê melhorava e com o quê piorava. “Para nossa surpresa, eles falaram que dificilmente as pessoas perguntam sobre as dores deles. Então, você imagina, é uma dor que é bastante negligenciada. Primeiro porque eles estão em áreas muito remotas do país”, disse Eliseth Leão, orientadora do trabalho.
Segundo ela, a dor sofre influência dos aspectos culturais. “Eles não reclamam porque desde muito cedo são forjados a enfrentar a dor. Eles passam por rituais que são muitas vezes dolorosos. E também, mesmo que eles tenham dor, amanhã eles vão ter que levantar, ir pro roçado, sair pra caçar, porque depende dessas atividades a sobrevivência deles e da comunidade. Então eles têm um tipo de convivência diferente com a dor, mas não é que não sintam”, acrescentou Eliseth Leão.
O resultado do estudo é uma cartilha que busca uma aproximação entre os profissionais da saúde e as comunidades indígenas. A cartilha está em fase de tradução para as línguas dos povos Matis, Kanamari e Marubo.
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O Tarde Nacional - Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, pela Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.