O Tarde Nacional desta sexta-feira (23) falou sobre a situação das mães no contexto de crise migratória. A entrevistada foi a psicóloga Jaqueline Wendland. Ela é doutora em Psicopatologia do Bebê pela Universidade Paris XIII e livre docente pela Universidade Paris Descartes (Paris V). A psicóloga participou da XI Semana de Proteção à Infância e Cultura da Paz: Parentalidade, Proteção e Promoção da Criança, do Senado Federal.
A especialista falou sobre situação extrema de vulnerabilidade em que se encontram as mães migrantes e seus filhos e alertou para as consequências dos traumas sofridos.
“Se é uma mulher grávida que está vivendo esse percurso migratório que é tão difícil, tão perigoso, tão traumático... O que a gente sabe, por exemplo, é que esse bebê, o feto, já no útero está vivendo toda uma desregulação fisiológica. Porque quando a mãe está estressada, traumatizada, ela secreta hormônios que influem no próprio crescimento da criança, na saúde dela", explica Jaqueline Wendland.
A doutora em psicologia destaca ainda que essas crianças já vão nascer de uma certa maneira diferentes, com mais dificuldade para serem consoladas, mais irritáveis. Além disso, elas podem nascer com baixo peso e mais prematuras. Essas mães também podem ser mais deprimidas, tanto na gravidez como no pós-parto. Ela acrescenta que a depressão pós-parto é bem mais frequente nessas mulheres e que tudo isso faz com que o início da vida desses bebês seja mais difícil.
Segundo a psicóloga, a palavra-chave é o acolhimento dessas pessoas, que têm seus direitos básicos violados e sofrem muita rejeição.
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O Tarde Nacional - Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, pela Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.
