O Tarde Nacional - Amazônia desta segunda-feira (24) falou sobre os malefícios do cigarro eletrônico para saúde. A entrevistada foi a psicóloga e chefe substituta da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Vera Borges.
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Ela explicou que mesmo com a proibição da venda e da importação de cigarro eletrônico no Brasil desde 2009, muitas pessoas ainda fazem uso do dispositivo, que causa dependência e que possui níveis de toxidade tão prejudiciais à saúde quanto o cigarro comum.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada ano passado, o número de pessoas que fazem uso do cigarro eletrônico é de cerca de 1 milhão de brasileiros. Segundo Vera, esse número vem crescendo e se concentra na população entre 15 e 24 anos de idade.
Vera Borges alertou ainda para a falsa imagem que é divulgada em relação ao cigarro eletrônico, como se o dispositivo não fosse danoso para o organismo, por não produzir fumaça.
“Está sendo vendida uma falsa ideia, uma ideia errada de que ele não faz mal à saúde. Ele faz mal e a gente já tem várias notificações desse dano”, frisou.
A entrevistada chamou atenção ainda para a falsa crença de que o cigarro eletrônico vai ajudar as pessoas a parar de fumar o cigarro convencional.
“Não há nenhuma indicação dentro dos estudos feitos até hoje mostrando que isso é verdade. O que acontece é que as pessoas acabam usando os dois: tanto o convencional, como o eletrônico. Quem quer parar de fumar e está com dificuldade, não é o cigarro eletrônico que tem que procurar. Felizmente no Brasil nós temos no Sistema Único de Saúde, dentro do Programa Nacional, o programa de tratamento do tabagismo no SUS. Todos os estados do Brasil fazem parte do programa nacional, as unidades de saúde dos municípios oferecem o tratamento. Então, quem quer parar de fumar, deve procurar uma unidade de saúde perto de casa”, ressaltou.
O Tarde Nacional - Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 13h às 15h, na Rádio Nacional da Amazônia.