A Lei de Execução Penal, que completa 40 anos em 2024, dispõe sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou trabalho: a cada livro lido, quatro dias a menos atrás das grades. Mas será que a leitura é só uma forma de reduzir a pena ou os livros podem provocar alguma transformação?
Resultado do tese de Doutorado da autora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a obra tenta responder a essa e outras questões. Em entrevista ao Tarde Nacional, Rossaly Chioquetta Lorenset declara que “Leitura e cárcere – (entre) linhas e grades, o leitor preso e a remição de pena”, lança uma reflexão sobre a desigualdade social, o funcionamento dos sistemas de segurança e de justiça e as condições das prisões brasileiras.
Segundo ela, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking dos países que mais encarceram no mundo. Sendo que 58% dos presos são jovens de até 34 anos. Para esta pesquisa, Rossaly que é secretária da Pastoral Carcerária em Santa Catarina, visitou diversas unidades prisionais.
A professora destaca ainda dados de 2023 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que revelam que apenas 31,5% dos presos brasileiros têm acesso à leitura para remissão da pena. "E esse número já foi bem menor", relembra ela sobre a época da pesquisa.
Confira a entrevista completa no player acima.