Ao fazer uma transmissão ao vivo para os seguidores da ONG Instituto Mar Urbano, na beira da praia de São Conrado, no Rio de Janeiro, no último dia 02 de janeiro, o biólogo marinho e diretor executivo da instituição, Ricardo Gomes, não poderia imaginar o tamanho da repercussão. Em determinado momento, ele ouviu um barulho estrondoso, do retorno da onda, vindo com uma quantidade assustadora de garrafas PET e outros resíduos, algo que ele classificou como um "tsunami de plástico" e um chamado espiritual para se manter no caminho da luta pela preservação e defesa dos oceanos.
Em entrevista a Glaucia Araujo, no Tarde Nacional Rio (07), Ricardo contou um pouco dessa história, em uma conversa repleta de sentimentos, informações e significados. As imagens feitas por ele percorreram o mundo, foram compartilhadas por artistas, celebridades e até pelo onze vezes campeão mundial de surfe, o norte-americano, Kelly Slater. A repercussão levou Ricardo a dar diversas entrevistas, inclusive para emissoras estrangeiras, levando luz à causa do Instituto Mar Urbano.
"As pessoas têm que entender, precisam entender que a gente tem que mudar os nossos hábitos de consumo", diz ele durante a entrevista ao criticar a grande quantidade de produtos que utilizam o plástico em suas embalagens.
O ocorrido em São Conrado é comum e se agrava sempre depois que acontecem chuvas fortes. Trata-se do lixo jogado nas ruas, canalizado por valões e galerias pluviais de toda a região e que por algum motivo, relacionado ao fluxo das marés, se acumulam naquela praia e também em outras do litoral fluminense.
"70% do ar, do oxigênio que está na atmosfera, é oriundo da fotossíntese marinha. Não é a Amazônia que é o grande pulmão do planeta. São as microalgas marinhas que produzem a grande maioria do oxigênio que está na atmosfera."
"Cada vez que a gente der um gole d'água, cada vez que a gente respira, a gente está conectado com o oceano." – Ricardo Gomes
Ouça a entrevista na íntegra clicando no player: