Em meio à pandemia e ao isolamento social, pacientes com doenças cardiovasculares diminuíram os cuidados com o coração. Isso porque, em grande parte, os hipertensos estão com medo de se contaminar pelo coronavírus ao realizar tratamentos em hospitais. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Luiz Bortolotto, essa atitude pode gerar consequências graves para a saúde.
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“O hipertenso não pode retardar a ida ao pronto socorro após sintomas de dor de cabeça, tontura, dificuldade de se manter em pé, aperto no peito ou sangramento pelo nariz. Mas eles deixam de ir, ficam com medo do vírus e acabam tendo uma complicação mais grave, como infarto ou derrame, que são a principal causa de mortes no Brasil”, alertou.
Para diminuir o medo, os cardiologistas já estão emitindo receitas médicas com o prazo estendido. Em São Paulo, por exemplo, todas as medicações para doenças crônicas não transmissíveis tiveram seu prazo de validade estendido de seis a nove meses. É uma forma de evitar que os pacientes saiam de casa com frequência. Mas segundo Luiz, o problema é que com a falta de consultas regulares, algumas pessoas esquecem de tomar a medicação e pioram o quadro.
“As pessoas descuidam, focam mais na pandemia e esquecem de tomar o remédio. É importante o paciente manter a medicação, manter o contato com agentes de saúde e tentar consultas à distância”, ressaltou.
Outro fator que pode agravar a doença, é a ansiedade e a depressão geradas pelo isolamento social. Luiz Bortolotto afirmou que manter uma rotina saudável, com exercícios e um bom convívio entre os familiares, é fundamental para evitar o problema.
“A ansiedade excessiva e a depressão podem gerar uma liberação maior de adrenalina, aumentar a pressão e gerar um risco maior de problema cardiológico. É importante nesse período, a pessoa que vive isolada, manter contato com os parentes, focar nas coisas boas da vida, fazer atividade física, comer pouco sal, gorduras saturadas e controlar sempre a pressão, as diabetes e o colesterol”, informou.