Com a pandemia de coronavírus, o mundo se virou para o combate e prevenção contra a covid-19. Mas outras doenças ainda mais perigosas continuam em circulação e preocupam os cientistas. É o caso da chikungunya.
Um estudo realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), com apoio da farmacêutica-bioquímica e doutoranda do Programa de Ciências Médicas da Universidade Federal do Ceará, Shirlene Telmos, comprovou que a infecção por chikungunya é mais grave do que se pensava: o vírus pode se alojar no cérebro.
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“Com esse estudo a gente conseguiu verificar que o vírus da chikungunya vai além das dores articulares, da febre súbita. Nós verificamos que de 100 óbitos por chikungunya, 68% dos pacientes tinham o vírus do chikungunya no Sistema Nervoso Central” explicou.
De acordo com a pesquisa, a letalidade da doença é maior em jovens adultos e não em crianças ou idosos. Já os diabéticos têm mais chances de vir ao óbito entre 20 e 90 dias após a infecção. Os dados preocupam os cientistas porque ainda não existem vacinas contra a chikungunya. Mas a boa notícia é que combater o vetor da doença é fácil: basta eliminar os focos do Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue.
O vírus, explica Shirlene, é transmitido pela picada do mosquito e por isso é preciso combatê-lo. "Não deixar água parada, tanto faz se é água suja ou água limpa, evitar terrenos baldios, cobrir as caixas d'água. Todas essa ações são importantes e fáceis de fazer”, afirmou.