O Tarde Nacional conversa com o professor de Bioquímica do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (USP), Carlos Sorgi. Ele fala de uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sobre uma proteína no sangue de pacientes com covid-19, que pode indicar a evolução e a gravidade da inflamação.
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Carlos reforçou que a covid-19 tem um quadro de evolução muito diferente de pessoa para pessoa.
"Essa proteína que nós conseguimos determinar funciona como prognóstico da doença. Ou seja, baseado nessa proteína a gente consegue saber se a pessoa está melhorando ou piorando, em relação à parte inflamatória, aquela parte interna dos órgãos etc. A gente consegue predizer antes que ela fique sem ar, antes que o paciente chegue a um estágio muito crítico. A gente consegue entrar com uma intervenção farmacológica ou hospitalar adequada", afirmou.
Na entrevista, Carlos comemora a conquista dos pesquisadores com esta tecnologia fácil.
"É um exame de sangue. A gente consegue ver essa proteína por um ensaio que é comum em qualquer laboratório clínico, chamado de Elisa. E quando nós fizemos esse ensaio de biomarcadores nós tínhamos mais de três mil alvos e a gente conseguiu selecionar essa proteína. E quando chegamos a estrutura dela nós vimos que era uma proteína já conhecida em alguns sistemas usados pelo mundo", acrescentou.
Ainda de acordo com Sorgi, eles trabalharam com pacientes que não tinham nenhum sintoma até àqueles entubados.
Como o estudo é recente, ainda é preciso divulgar no Brasil para conseguir colocar no pronto-atendimento e na recomendação médica para que os laboratórios possam começar a fazer esse exame novo.
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 15h às 17h, pela Rádio Nacional de Brasília.