Estudo revela que a transmissão e complicação da sífilis em bebês podem ser resultado de pré-natal tardio. O estudo, publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, é resultado do trabalho de pesquisadores em três instituições sul-mato-grossenses: Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Fundação Oswaldo Cruz.
O estudo foi realizado no Hospital Universitário de Dourados (HU), em Mato Grosso do Sul, em 2017. Os pesquisadores acompanharam 63 mulheres em período de gestação que receberam o diagnóstico de sífilis. Elas fazem parte de um total de 199 casos confirmados de gestantes com sífilis atendidas pelo Hospital no período, sendo que 84% desses casos são de sífilis congênita, quando a doença, passa de mãe para filho durante a gestação ou no momento do parto.
Os autores concluíram que o cuidado pré-natal deve começar já no primeiro trimestre de gravidez para prevenir a transmissão da bactéria aos recém-nascidos e a evolução da infecção para a neurossífilis. Apesar de 95,2% das mães terem recebido cuidados pré-natais, apenas 6 entre 10 iniciaram as consultas no primeiro trimestre da gestação. O pré-natal tardio foi um dos determinantes para mais da metade (50,8%) dos nascidos terem necessitado de internação por complicações da sífilis.
Sobre esse assunto o Tarde Nacional conversou com Simone Simionatto, bióloga do laboratório de pesquisa em ciências da saúde da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e principal autora do estudo.
É um caso que pode ser evitado, se houver tratamento eficaz na gestante o bebê não é contaminado, o tratamento é prolongado, com uso de antibiótico e a criança pode obter a cura.
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível e pode ser transmitida durante a relação sexual se não houver uso do preservativo, no entanto existe outras formas de transmissão como no caso da mãe para o recém-nascido, isso ocorre porque o microorganismo consegue passar pela barreira placentária.
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