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Projeto em SP oferece apoio a jovens em situação de acolhimento

A caminho de sua segunda casa feminina, ONG paulista reconhece o protagonismo da mulher em estudar e buscar emprego

No AR em 28/12/2020 - 15:33

Criado em 2019, o Projeto Celeiro - Vó Tunica, é uma "República Jovem" que oferece acesso a um plano de desenvolvimento individual com respeito às escolhas, potencialidades, aptidões e que oferece aos jovens mais do que uma casa para morar até completar 21 anos. A iniciativa traz aos jovens a possibilidade de estudar, trabalhar e desenvolver autonomia para a entrada no mercado de trabalho. Esses meninos e meninas ficam provisoriamente até completar 18 anos sob tutela do Estado, morando em uma das quatro modalidades de serviços de acolhimento institucional para crianças e adolescentse: os abrigos institucionais, as casas lares, as famílias acolhedoras e as repúblicas jovens.

Em entrevista ao programa Tarde Nacional, Djane Sant'Anna, uma das fundadoras do Celeiro comenta que em São Paulo, só existem quatro repúblicas jovens com 48 vagas. "Nós estamos falando aí de uma população de mais de 2 mil pessoas, por volta de 17 e 18 anos, em situação de desacolhimento. Numa casa de acolhimento se abrigam, moram até 10 crianças ou jovens. Na república, só podem até seis pessoas. É uma República mesmo onde eles moram sozinhos e são responsáveis por lavar, passar, cozinhar e cuidar da casa. A diferença do projeto Celeiro pra República é que a gente se propôs a muito mais do que só dar a casa a dar também qualificação profissional. Se já está tão difícil para o jovem que tem boa formação conseguir emprego. Você imagina pra esses jovens que estudam em escola pública, que tem pouca possibilidade de entrar no mercado de trabalho com dignidade?", esclarece Djane.

A República Vó Tunica é feminina e atende na zona sul de São Paulo, onde ainda não existia. Segundo a fundadora do projeto, eles estão indo para a segunda casa. Mas como funcionam essas casas abrigo? Na entrevista, Djane reconhece que este é um trabalho de formiguinha. Afinal, tirar o jovem das ruas e do vício não é fácil. Mas ela garante que existem regras para as meninas da casa e que eles pretendem chegar a 10 casas até 2025. "A gente não vai conseguir mudar tudo mas se a gente conseguir transformar a vida de 60. São 60 a menos na rua. Nossa primeira jovem chegou em julho e hoje ela trabalha num banco, entre outros casos. E nós queremos gente que quer mudar de vida, que tenha desejo de trabalhar e estudar. Porque eu não sou essa transformação sozinha e percebemos que mais mulheres tem esse desejo: de autonomia, de protagonismo de sua própria história", opina. 

Acompanhe a entrevista completa, no player acima. 

Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 15h às 17h, pela Rádio Nacional de Brasília. 

Criado em 28/12/2020 - 18:37 e atualizado em 28/12/2020 - 18:16