O Brasil celebra nesta quinta-feira (21), o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e também o Dia Mundial da Religião. A celebração dessas datas é um convite às religiões do mundo todo para uma convivência pacífica e fraterna, um incentivo para uma reflexão sobre a situação das nossas tradições e crenças e o quanto podemos colaborar para um mundo melhor.
Sobre esse assunto, o Tarde Nacional conversou com o religioso afrobrasileiro, pai de santo e membro da Comissão de Direitos e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Giovanino Tadeu, que prefere ser chamado de pai Tadeu de Oxossi.
Há como coibir a intolerância contra a religião afro, por exemplo? Segundo o pai Tadeu de Oxóssi, não há ainda nenhuma campanha educativa nesse sentido. Mas ele cita a importância de instituições como o Idafro - Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras que atua em São Paulo para essa reeducação. Infelizmente, muitas ações de intolerância não chegam a ser denunciadas. O que demonstra uma falta de segurança no resultado final da investigação. "Tínhamos que qualificar melhor até mesmo os profissionais de segurança que acolhem essas denúncias. Pois muita das vezes, a vitimização dessa agressão entra como um crime comum. Então, isso desmotiva muito", avalia o teólogo.
Na entrevista, ele afirma que o problema é estrutural. "Falta educação nas escolas, respeito, pois o negro históricamente é muito ligado a escravidão. Sendo que ele é também descendente de reis e rainhas, pessoas inteligentes, que contribuíram muito para o progresso do mundo. Só com estes esclarecimentos, nós teremos uma visão diferenciada da origem do negro e da importância de sua cultura", acredita o religioso, citando ainda que religiões como o candomblé e a umbanda tem crescido bastante entre os jovens nos últimos anos.
Como são encaminhadas as denúncias à OAB/SP? Ouça entrevista completa, no player acima.
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 13h às 15h, pela Rádio Nacional de Brasília.