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Monja Coen fala sobre novo livro lançado em tempos de pandemia

"O bom contágio" fala sobre autoconhecimento, reflexão e reconexão em momentos de crise

Tarde Nacional

No AR em 19/02/2021 - 15:30

O Tarde Nacional desta sexta-feira (19) recebeu uma convidada muito especial, diretamente de São Paulo: a monja Coen Roshi. Líder espiritual budista de maior prestígio no Brasil, ela é também autora de 17 livros e defensora da cultura de paz.

Não é à toa que seus cursos, palestras e práticas meditativas atraiam uma multidão de pessoas dentro e fora do país. E é sobre o seu mais novo trabalho, o livro "O bom contágio" que conversamos com a monja zen-budista. A obra foi escrita durante o isolamento social e usa elementos da teoria budista para mostrar que mesmo durante os momentos difíceis é possível reencontrar satisfação e alegria.

Na entrevista exclusiva às Rádios EBC, a monja afirma que seu objetivo maior em dar palestras e escrever livros é justamente esse de propiciar um despertar nas pessoas. "Afinal, a vida pode ser tão maravilhosa. Tem muita coisa ruim também. A gente não põe uma peneira para tapar o sol. Mas a gente deve ver o que não é bom e o que é bom também. E aí sim, entramos num ponto de equilíbrio".

Nesse momento de grande desesperança em função da pandemia, ela pondera sobre a infodemia (excesso de informação sobre um determinado tema) sempre negativa da mídia. O que, com certeza, acaba afetando emocionalmente muitas pessoas. Até porque uma mente serena também aumenta a imunidade do corpo, algo tão importante neste período de pandemia e diante das provocações do mundo. 

"Se o mundo todo não for vacinado não adianta. A gente tem que perceber que estamos juntos nesse barco. É o que a ciência está falando. Temos que compartilhar alimentos, temos que compartilhar remédios, vacinas e descobertas. Temos que compartilhar o bem. Por isso, eu resolvi escrever esse livro. Ainda vamos passar por uma fase intermediária, com muitas coisas híbridas. Mas tem uma coisa importante que temos que lembrar: nós estamos vivos, a nossa vida está presente em nós. Olha que momentos importantes nós estamos passando, de perceber como é fácil nós mudarmos de estados emocionais no mesmo dia, em vários momentos pequenos. Porque estando isolados, nós estamos mais sensíveis. E mais sensíveis nós podemos nos conhecer melhor", observa ela diante da dor pela qual estamos passando.

Para a monja, a resiliência agora se faz muito importante. "Não podemos desistir nem de nós mesmos, nem do mundo. O que estamos precisando neste momento é dar foco naquilo que é benéfico", afirma. No bate-papo, ela falou também sobre como lidar com o luto e a perda, como perdoar e, principalmente, como estar presente no presente. "É preciso apreciar a vida mesmo trancado em casa. Mesmo que você viva em um quarto pequeno. Esse quarto tem luz, tem sombra, tem cheiros, tem texturas diferentes, tem pessoas que entram e saem. Sentir o prazer de estar vivo, de respirar. Nenhum de nós anda pra trás", finaliza a entrevistada. 

Quer ouvir mais o que ela diz? Acompanhe a entrevista completa, no player acima. 

Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, de 15h às 17h, pela Rádio Nacional de Brasília.

Criado em 19/02/2021 - 17:01 e atualizado em 19/02/2021 - 16:45

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