Neste sábado, 12 de junho, é o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita. A condição é uma má formação do coração que está presente durante o desenvolvimento do feto, com variações de grau de acordo com o momento da gestação em que acontece.
A causa se dá por diversos fatores, como ambientais, por uso de medicamentos e drogas, e doenças que acometem a mãe, como diabetes e lúpus. É congênito, porém não hereditário, e a incidência é de 1 a cada 100 nascimentos. A condição é detectada através de exames de imagem, como a ultrassonografia morfológica ou pelo ecocardiograma fetal.
O Tarde Nacional trouxe a doutora Ieda Jatene, cardiologista responsável pelo Serviço de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas do HCor, para conversar sobre o assunto. De acordo com a médica, existem vários tipos de cardiopatia, fundamentalmente, classificados em dois grupos. O primeiro se caracteriza pela cianose, que é a coloração arroxeada dos lábios e extremidades e em crianças que têm cardiopatia mais complexa. Já o segundo se dá pela cardiopatia com fluxo de sangue maior para o pulmão, com sintomas como cansaço, infecções respiratórias recorrentes e dificuldade de crescimento.
A cardiologista observa que hoje se tem mais facilidade para o diagnóstico, o que acarreta um melhor acompanhamento no pré-natal e na programação de tratamento para pós nascimento. E frisa que nem todo feto com cardiopatia precisa necessariamente de tratamento cirúrgico, necessitando de uma avaliação para cada caso.
“O importante é que os pais que têm criança com cardiopatia congênita, saibam que hoje temos mais recursos que tínhamos no passado. É muito importante procurar o médico e fazer o diagnóstico e oferecer o tratamento. Ainda não temos o atendimento tão amplo como a gente gostaria, mas isso está melhorando e evoluindo e as crianças têm uma vida muito próxima do normal na grande maioria dos casos.”, afirma a Dra. Ieda.
Em conversa, a médica fala sobre a importância do ácido fólico na gestação, que ajuda na prevenção de alterações que podem gerar complicações para os fetos e nos riscos e danos gerados pelas drogas e bebidas alcoólicas ingeridas na gravidez.
“O uso de drogas precisa ser absolutamente abolido para que a gente consiga ter um desenvolvimento do feto adequado, para que essa criança venha a nascer com uma condição boa de saúde.”, observa a profissional.