Uerj participa de estudo internacional para entender como as populações estão reagindo às condições impostas pela pandemia

Em entrevista no programa Tarde Nacional, Edna Lúcia Tinoco Ponciano, professora adjunta do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), falou sobre a pesquisa em andamento “Adaptação social em estresse na pandemia de Covid-19: um estudo transcultural”, da qual o departamento está participando.

A professora, que representa a universidade e o Brasil, atua junto com outros 42 pesquisadores, no trabalho que reúne 23 países, englobando Europa, Ásia, África, América do Norte e do Sul. O projeto é coordenado por cientistas da Universidade Estatal Russa de Ciências Humanas.

A partir de uma primeira análise, a pesquisa aponta um aumento do estresse e da ansiedade por causa da pandemia. "E o Brasil está entre os países com maior sofrimento nesse sentido", informa ela. Segundo Edna essa condição dos brasileiros está relacionada a certas características, como por exemplo: "uma postura mais individualista, menos saídas coletivas. No sentido de cada um estar mais preocupado com a sua família e com suas questões pessoais e isso tem aumentado a ansiedade". O estudo aponta ainda que em países com mais redes coletivas de apoio as pessoas tem tido uma diminuição no impacto do estresse causado pela pandemia.

Durante a entrevista Edna fala também sobre outros aspectos da pesquisa como a "resposta empática" e a "preocupação empática", fatores que podem aumentar o nível de estresse.

O estudo buscou entender determinadas mudanças sociais e percepções individuais em relação ao grau de perigo das ameaças sofridas em uma pandemia, por meio de uma abordagem integrada, incorporando práticas da Antropologia Social, da Psicologia Evolutiva, da Etologia Humana e da Antropologia Digital.

O trabalho segue em curso e qualquer pessoa com mais de 18 anos pode participar do trabalho. Basta responder ao questionário até o final de julho.

Ouça a entrevista na íntegra clicando no player acima.