Ida ao oftalmologista cai na pandemia

Dia 10 de julho foi o Dia da Saúde Ocular. Data importante para a conscientização da atenção à saúde da visão. Já que com a pandemia e o isolamento social, muitas pessoas deixaram de ter esses cuidados. Para falar sobre o assunto, o Tarde Nacional desta segunda-feira (12) conversou com o médico José Beniz, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

De acordo com ele, com esse afastamento, alguns tratamentos ficaram prejudicados, como o glaucoma, a retinopatia diabética, a degeneração macular relacionada à idade e a catarata.

“A catarata você tem um tratamento que pode ser realizado um pouco à posteriori. A pessoa fica sofrendo com a baixa da visão mas tudo bem recuperado. O pior são as doenças que a perda da visão trouxe para a pessoa. No caso do glaucoma, por exemplo, em alguns casos mais graves de diabetes e a degeneração macular são perdas irreversíveis. Ou seja, aquilo que a pessoa perdeu em alguns casos não volta mais. Então realmente essa diminuição da frequência dos pacientes aos consultórios médicos oftalmológicos, nesses casos de doenças mais sérias, podem deixar a pessoa realmente prejudicada”, afirma o oftalmologista.

Em 2020, entre os meses de janeiro e maio o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 148,8 mil procedimentos cirúrgicos ambulatoriais e 12,8 mil cirurgias com internações hospitalares para problemas de catarata, 83,8 mil e 10,8 mil a menos, respectivamente, que no mesmo período do ano passado, quando foram feitos 232,6 mil e 23,6 mil. Já em relação às consultas oftalmológicas, também de janeiro a maio de 2020, foram 2,5 milhões. Em 2019, totalizaram 3,9 milhões e em 2018, 3,6 milhões.

Na entrevista, o médico chama a atenção para a importância da busca por atendimento médico regular e explica quais são os sintomas que podem indicar a necessidade de investigação médica. Beniz dá também orientações para o uso correto de telas para crianças e adultos, a fim de não prejudicar a visão.

Ouça a entrevista completa no player acima.