Em entrevista no Tarde Nacional desta sexta-feira (27), Vilfredo Schurmann, o patriarca e líder das expedições da Família Schurmann, falou sobre a nova empreitada, que começa neste domingo (29), partindo de Balneário Camboriú, Santa Catarina, a expedição "Voz dos Oceanos". Idealizador de um projeto de vida diferente, que começou em 1984, os Schurmann formam a primeira família brasileira a circunavegar o mundo vivendo em um veleiro.
Com o objetivo de conscientizar a população mundial sobre o problema do lixo nos oceanos, especialmente os plásticos, toda a Família Schurmann – Vilfredo, Heloisa e os filhos Pierre, David e Wilhelm – volta a se reunir, depois de sete anos da última viagem, a bordo do veleiro Kat. A expedição "Voz dos Oceanos" conta com o apoio global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Além dos integrantes da familia, os velejadores e demais tripulantes da embarcação passarão por 60 destinos nacionais e internacionais, entre Brasil e Nova Zelândia, em uma viagem com previsão de durar dois anos.
A iniciativa parte em busca de testemunhar e registrar a poluição nos mares e velejar em busca de soluções inovadoras para o problema. A ideia é engajar as pessoas ao redor do planeta para a necessidade de ações urgentes para a preservação das águas.
Durante a entrevista, Vilfredo comentou, entre outros detalhes da expedição, sobre o veleiro Kat, que, segundo ele, é "uma nave". O barco, que mede 80 pés (23,96 metros) é projetado para ser o mais sustentável possível, tendo um sistema de compostagem dos resíduos orgânicos gerados pela tripulaçao e até uma horta, que fica na popa (parte traseira) da embarcação. "Nós temos uma compactadora que compacta 80% do lixo", conta ele, ressaltando que esse sistema de cuidado com o lixo poderia ser utilizado nas cidades. A embarcação ainda usa energia solar e pode gerar energia ao navegar com suas velas utilizando um hidrogerador.
A Família Schurmann realizou três voltas ao mundo nos últimos 37 anos. Nesta jornada, o projeto envolve cientistas, educadores, ambientalistas, empreendedores, executivos de grandes empresas, influenciadores, formadores de opinião, ONGs, gestores públicos e a sociedade civil com propostas para reverter o cenário de destruição dos mares e envolvendo ações de empreendedorismo e educação.
Sobre o lixo plástico no mundo, mais de 8 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos todos os anos. O custo ambiental atinge oito bilhões de dólares por ano. Se nada for feito, esse volume pode chegar a 20 milhões de toneladas por ano, até 2040.
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