Em entrevista no Tarde Nacional desta segunda-feira (16), Eliane Guglielme, Coordenadora Geral do Museu e ONG A CASA Museu do Artefato Brasileiro, falou sobre o projeto que pretende desenvolver uma cooperação técnica que vai beneficiar cerca de 680 indígenas do grupo étnico Warao em três cidades dos estados de Roraima e Amazonas: Pacaraima, Boa Vista e Manaus.
Com o objetivo de apoiar as populações indígenas refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil, a iniciativa, criada em 2019, tem a parceria do Laboratório de Inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID Lab) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). O foco, explica Eliane, recai sobre as mulheres Warao e a melhoria de sua renda pelo aumento e qualificação da produção de seus artesanatos.
Segundo Eliane, os Warau trabalham com a palha e com a madeira do buriti, abundante na Venezuela. "Uma fibra extremamente importante para eles", conta ela. No Brasil, esclarece, é necessário comprar a palha de outros fornecedores. "No projeto, vão ser realizadas colheitas de palha, em buritizais da região de Boa Vista, onde nós estamos fazendo uma parceria junto com os responsáveis legais por isso, para que eles possam colher a palha para diminuir o custo do artesanato", informa a coordenadora da iniciativa.
O projeto é resultado do Desafio BetterTogether Challenge / JuntosEsMejor (uma iniciativa global promovida em 2020 pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional – USAID – e BID Lab, para reunir, financiar e dimensionar soluções inovadoras em todo o mundo para apoiar migrantes venezuelanos e suas comunidades anfitriãs na região), buscando estruturar uma cadeia de valor artesanal.
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