O filme Para Sempre Alice, que está em cartaz nos cinemas brasileiros, tem chamado a atenção para o mal de alzheimer de um jeito diferente. Isso porque ele aborda a questão pela perspectiva do doente.
A interpretação da atriz Juliane Moore, que inclusive lhe rendeu um Oscar, faz com que o público saia do cinema se perguntando: “como deve ser esquecer quem eu sou, esquecer de quem eu amo, esquecer dos momentos preciosos que tive na vida?”.
Em um dado momento do filme, a personagem dela discursa para uma plateia sobre, entre outras coisas, o medo de ter apagadas, a qualquer momento, as lembranças do nascimento do filho ou de quando conheceu seu marido; e expõe como a doença a faz se sentir inadequada, como se não fosse capaz de se reconhecer em determinados momentos.
Esse é um lado do alzheimer sobre o qual muitos nunca haviam parado pra pensar, já que, geralmente, a gente logo pensa no sofrimento da família, que de fato é muito grande.
Pra debater o assunto, o convidado do Tarde Nacional desta sexta-feira (20) foi o neurologista e Diretor Científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), Dr. Rodrigo Schultz.
Na entrevista, ele falou sobre os casos em que o doente tem consciência dos sintomas e como o filme ajuda a sensibilizar as pessoas que, na vida real, cercam um paciente.
O neurologista abordou ainda a relação da doença com a velhice, falou de diagnóstico precoce e da reação do organismo ao tratamento.
O programa Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, na Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.