A Constituição Federal diz que, perante a lei, somos todos inocentes até que se prove o contrário. Mas será que o tratamento que nós recebemos no nosso dia a dia reflete essa confiança na inocência e na integridade? Será que as exigências de documentos para comprovar as informações que nós fornecemos, as roletas, catracas, identificadores de metais, representam mecanismos de desconfiança e não de confiança?
Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro tramita um projeto de lei que determina que autoridades também deverão ser revistadas ao entrar nas unidades do DEGASE. Ou seja, a desconfiança é estendida para as autoridades públicas. Na Universidade Federal Fluminense, os candidatos que se autodeclararam negros tiveram que passar por uma averiguação de autenticidade. E, pelo menos no primeiro dia, ficou a impressão de que mais da metade desses canditados mentiu na declaração.
Somos todos suspeitos? É necessário desconfiar e criar mecanismos de certificação da integridade dos indivíduos? Seria a desconfiança, hoje, um valor mais partilhado do que a confiança? Quais são as consequências de se romper a integridade, através de uma declaração falsa? Quais são as consequências de utilizar a desconfiança nas relações humanas?
Para discutir o assunto, o Tema Livre recebe o advogado Bruno Candido Alves; o presidente do coletivo Instituto Justiça Negra, Luiz Gama; o professor Carlos Eduardo Martins, do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional; o deputado estadual do RJ - (DEM), Milton Rangel; e a psicóloga Eunice Madeira, professora da Universidade Veiga de Almeida.
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