Olá amigas e amigos deste nosso programa que neste 7 de novembro é memória e saudade.
Há exatos quatro anos, a floresta de babaçu chorou. Chorou porque a mãe das quebradeiras de coco babaçu se foi. Vítima de diabetes, nossa Raimundinha faleceu em sua residência, no assentamento Sete Barracas, em São Miguel do Tocantins, na noite de 7 de novembro de 2019.
Dona Raimunda Gomes da Silva, uma das maiores lideranças rurais que esse nosso Brasil já conheceu ganhou mundo. Saiu do Bico do Papagaio e eu tive o privilégio de estar com ela até na China na Conferência de Beijing e em muitos outros importantes momentos da luta das mulheres pelos seus direitos e pelo meio ambiente. Fosse hoje, com certeza, ela estaria na COP 27 entoando seu canto na defesa dos babaçuais da Amazônia.
Quis o destino que a convite da Rede Cerrado eu pudesse estar ao lado de um grupo de mulheres tronco, aqui em Brasília, e juntas cantamos e choramos a morte da nossa mulher palmeira. Maria do Socorro Teixeira Lima, dona Socorro, quebradeira de coco e presidente da Rede Cerrado, escreveu com lágrimas uma nota de pesar. Consegui ouvir Dona Socorro sobre a trajetória de luta que fez de Dona Raimunda a mãe das quebradeiras.
Nesta edição, em meio a inúmeras homenagens, Viva Maria encontrou o registro de uma entrevista sobre vida e morte, feita em 2004 com a própria Dona Raimunda por ocasião da morte de sua mãe.
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