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Viva Maria chora a morte de Nega Pataxó, irmã do cacique do povo Pataxó Hã Hã Hãe

Adriana Ramos, assessora Política e Direito Socioambiental no Instituto Socioambiental, fala sobre mais esse ato de covardia orquestrada contra nossos parentes

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Viva Maria

No AR em 23/01/2024 - 07:40

Olá, gente amiga desse nosso programa que, ainda sob o impacto da notícia da morte anunciada de Nega Pataxó, no último domingo (21), pede emprestado as lágrimas choradas pela liderança indígena Valdelice Veron Guarani-Kaiowá, que esteve nos estúdios da nossa emissora na última sexta-feira para denunciar as ameaças dos ruralistas contra os povos indígenas em várías regiões desse nosso país. Na oportunidade, ela retratou  seu grito de dor na pintura que carrega no rosto e em lágrimas falou.

Infelizmente o grito de socorro de Valdelice Veron não foi ouvido  a tempo de evitar a morte de Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Muniz Pataxó. Maria foi baleada e não resistiu aos ferimentos. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, o próprio cacique foi atingido e teve que ser submetido a uma cirurgia, realizada no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga (BA), a cerca de 80 quilômetros da área onde o ataque ocorreu. Ainda de acordo com o ministério, outros indígenas foram feridos, incluindo uma mulher, espancada, cujo braço foi quebrado.

Em comitiva, representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) visitaram, ontem, segunda-feira (22), a Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia. Em nota, o ministério afirmou que cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram após uma convocação para que fazendeiros e comerciantes retomassem, por meio da força e sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20). De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), ainda era madrugada quando os agressores - membros de um grupo que se autointitula “Invasão Zero” - cercaram a área ocupada, surpreendendo suas vítimas.

Dois fazendeiros da região foram detidos, incluindo, segundo o ministério, o suspeito de ter efetuado o disparo que atingiu Nega Pataxó. Policiais militares também detiveram um indígena que portava uma arma artesanal. Um não-indígena foi atingido por uma flechada em um dos braços.

Adriana Ramos, assessora Política e Direito Socioambiental no Instituto Socioambiental ISA, falou ao nosso programa sobre mais esse ato de covardia orquestrada contra os nosso parentes. Diga lá, Adriana!

Segundo a  Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), enquanto não se conclui o processo de regularização fundiária, isso favorece a continuidade dos conflitos fundiários. “A região enfrenta os desmandos de fazendeiros invasores que se dizem proprietários das terras tradicionais e acusam o povo de ser 'falso índio'”.

 A aprovação do marco temporal acentua ainda mais a intransigência dos invasores, que se sentem autorizados a praticar todo tipo de violência contra as pessoas"! Por tudo isso , queremos fazer coro em torno de um  canto que clama por justiça. 

 
 

Criado em 23/01/2024 - 07:40

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