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Viva Maria: Itália cobre estátuas com nudez para receber iraniano

Estátuas clássicas, na Itália, foram tapadas com o objetivo de poupar

Maria, acredite se puder, nem mesmo a Vênus Capitolina, estátua de uma mulher nua do século II antes de Cristo, escapou da censura que o governo iraniano impôs à Itália. Haja hospitalidade! Nem os esquimós, que costumam dar boas vindas aos visitantes oferecendo as próprias esposas para que o hóspede possa “se aquecer" são capazes de tremenda aberração.

 

Aliás, não dá pra ver mais nada nos Museus Capitolinos, na Itália, porque as estátuas clássicas foram escondidas por um tapume com o objetivo de poupar os olhos do presidente do Irã Hasan Rowhani, dos corpos nus, nessa primeira visita que ele faz ao continente europeu. O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, está sendo muito criticado internacionalmente e, aqui, no Viva Maria, queremos ouvir a escritora e psicológa Rachel Moreno, autora do livro A Beleza Impossível - Mídia, Mulher e Consumo, pela Editora Ágora, sobre suas impressões sobre o assunto.

 

"É uma coisa complicada, de se envergonhar. É uma obra de arte e fazer uma concessão desse tamanho, passando por cima do que significa a cultura, porque há várias situações nas quais se diz que coisas que, eventualmente, podem ferir, essa sensibilidade de uma cultura em relação a outra, deveriam ser toleradas em nome da diversidade cultural. E nesse caso nós temos uma coisa classificada como arte, que acaba sendo sacrificada dessa maneira, é uma coisa absurda”, explicou a psicóloga.

 

Rachel Moreno ainda complementa: “aqui no Brasil nós temos situações parecidas, como uma polêmica recente a respeito da questão da amamentação público, se as mulheres podiam ou não amamentar em público, se era escandaloso ou não. Tivemos também uma adaptação de uma novela, que teve uma cena de estupro, com comentários positivos de famílias que assistiriam a novela em conjunto e quando se apareceu uma discussão de que na mesma novela haveria uma cena com um beijo gay, essa possibilidade feriu a suscetibilidade e o estupro não feriu essa suscetibilidade, estamos com inversões de valores”.

 

“Outra coisa também, é que culturalmente, o corpo das mulheres pertence ao homem. As judiais conservadoras, usam perucas e só mostram o cabelo, próprio, para o marido, as mulheres árabes se cobrem com o véu, e só mostram o corpo para o próprio marido, então é uma questão de propriedade, ou seja, o corpo da mulher pertence ao homem, e portanto não pode ser exibido, de uma maneira impune, para a sociedade em geral”, completou Rachel Moreno.

 

Desde o início da década de 80 as mulheres sabem: têm voz no rádio brasileiro. Com mais de 30 anos dedicados à defesa dos direitos da mulher, o Viva Maria apresenta temas relevantes e entrevistas com personalidades que contribuem para a melhoria da vida da mulher. Em formato de programete, o Viva Maria é presença garantida na programação das Rádios EBC. A apresentação e produção são da jornalista Mara Régia



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Criado em 28/01/2016 - 17:36 e atualizado em 28/01/2016 - 15:36

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