O Ministério Público de Roraima entrou na justiça pedindo a busca e apreensão de crianças e adolescentes venezuelanos em situação de risco e vulnerabilidade social.
Segundo o promotor da Vara da Infância e Juventude de Boa Vista, Ricardo Fontanela, existe um grande número de crianças e adolescentes nessas condições, em diversos locais públicos de Boa Vista. "Estão levando crianças aos cruzamentos, expondo a sol, chuva, andando entre carros, fazendo pedidos, vendendo, mendigando, e as expondo a risco pessoal e social", disse em entrevista.
Essas crianças e adolescentes estão entrando no Brasil acompanhando o fluxo migratório de venezuelanos, fugindo da crise enfrentada pelo país vizinho. Entre eles estão também muitos índios, habitantes da fronteira.
Além de serem exploradas economicamente, o promotor revela o risco de exploração sexual. E diz que já existe uma investigação para identificar a ação de agenciadores e exploradores. "Com essas medidas a gente busca identificar os responsáveis, se é familiar, se é terceiros, e aí aplicar, propor as medidas protetivas em relação às crianças e também, se for o caso, a perda do poder familiar, a perda e suspensão do poder familiar, e se for constatado, realmente, a questão criminal", explica o promotor.
O governo de Roraima criou o Centro de Referência ao Imigrante. A unidade entrou em funcionamento no fim de novembro para fornecer alimento aos estrangeiros. O coordenador do Gabinete Integrado de Gestão Migratória, tenente-coronel Doriedson Ribeiro, diz que as crianças começaram a ser retiradas das ruas e pede que a população evite dar esmolas
Segundo a Defesa Civil de Roraima, até 22 de outubro os Centros de Atendimento ao Migrante de Pacaraima e Boa Vista contabilizavam mais de 2.600 assistidos. Por nota, a Prefeitura de Boa Vista esclareceu que a atenção aos imigrantes estrangeiros depende da regularização deles no país, o que cabe à Polícia Federal. A prefeitura afirma ainda que a assistência aos imigrantes depende de ações conjuntas com o estado e governo federal.
Atualmente, cerca de 50 crianças venezuelanas estudam na rede municipal de ensino. E nos três últimos meses, mais de quatro mil venezuelanos, independente da situação legal, foram atendidos nas unidades básicas de saúde de Boa Vista
Outros destaques do Repórter Amazônia: - Estados da Amazônia realizam "dia D" de combate ao mosquito aedes aegypti; - Justiça mantém sentença que suspende licenciamento de hidrelétrica Teles Pires.
O programa Repórter Amazônia vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 18h30, pela Rádio Nacional da Amazônia.
RR: Venezuelanos representam 60% dos atendimentos a estrangeiros na rede pública