A conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud tem cerca de quatro horas, e foi a que deu origem ao anúncio do procurador geral da república, Rodrigo Janot, de revisar a delação.
Na decisão, o ministro do Supremo, Edson Fachin, afirma que como os áudios foram gravados pelos próprios executivos e entregues por eles ao processo, então, são válidos como prova.
Sobre o sigilo, Fachin argumenta que apesar de o áudio conter menções à vida privada de outras pessoas, o interesse público sobre o processo deve prevalecer.
Na conversa dos executivos, é possível ouvir como Joesley e os diretores da empresa JBS atuaram para obter o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República .
Nos diálogos, eles relatam suposta influência sobre o ex-procurador da República Marcelo Miller, que fez parte da equipe de Janot.
Na segunda-feira (4) ao comunicar a abertura do processo de revisão das delações, Janot disse que mesmo se os benefícios dos delatores forem cancelados, as provas contra as pessoas citadas devem ser mantidas. Mas, a decisão final cabe ao Supremo.
Também nesta terça-feira(5), Fachin homologou o acordo de delação premiada do operador financeiro, Lúcio Funaro com a Procuradoria-Geral da República(PGR). Funaro está preso há mais de um ano no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
Com a homologação, a PGR pode usar os fatos delatados pelo empresário nas investigações envolvendo os processos a que o colaborador está envolvido, podendo basear acusações contra parlamentares, ministros do governo e o presidente Michel Temer.
Funaro é processado pela Justiça Federal, em Brasília, em três investigações que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país.
Ele é considerado testemunha-chave em processos que envolvem políticos ligados ao PMDB.
Clique no player acima e ouça também nesta edição:
- Cúpula do PT é denunciada pelo procurador Geral da República.
- Agentes da Polícia Federal devem passar a noite contando dinheiro que pode ser de Gedel Vieira Lima