O Ministério do Trabalho tem dez dias para revogar a portaria nº 1129, que dificulta a punição ao trabalho escravo no Brasil. O prazo foi dado em uma recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que emitiu o documento ao ministro Ronaldo Nogueira. Um ofício assinado pela procuradora Raquel Dodge também foi entregue ao ministro. No texto, Raquel Dodge destaca que o trabalho escravo viola a dignidade e não apenas a liberdade da pessoa. A procuradora diz, ainda, que a portaria é um retrocesso nas garantias básicas da dignidade humana.
A recomendação enviada ao ministério tem o objetivo de garantir as etapas de apuração de ilegalidade da portaria n°1129, publicada no Diário Oficial da União, na segunda-feira, 16 de outubro. A recomendação cita o código penal e as características que ele estabelece para o trabalho em condições análogas à de escravo, como jornada exaustiva, restrição de locomoção, vigilância ostensiva, apoderamento de documentos ou objetos do trabalhador, entre outras.
Com esses elementos, a PGR considera, na recomendação, que a portaria é ilegal, porque condiciona o trabalho escravo apenas à restrição da liberdade de locomoção da vítima. Além disso, o documento cita que a decisão do governo traz conceitos equivocados e falhos.
Procurado pela nossa reportagem, o Ministério do Trabalho informou que o ministro Ronaldo Nogueria não tem nada a declarar sobre a recomendação, mas que até o momento a decisão do órgão é manter a portaria.
Ouça também nesta edição do Repórter Nacional:
-
Votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara está prevista para a próxima quarta-feira.
-
Governo deve mandar ao Congresso novo pacote de medidas econômicas.
-
Família vai ser essencial na autorização para doação de órgãos.
-
Em São Paulo, megaoperação contra tráfico de drogas conta com 300 policiais.
-
Governo espanhol deve suspender a autonomia da Catalunha.
-
Começa hoje os Jogos Universitários Brasileiros.