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Diagnóstico de morte cerebral fica mais rígido e seguro nesta semana

Uma das principais mudanças é o intervalo entre a chegada do paciente à unidade hospitalar e o início da investigação de morte encefálica

Repórter Nacional

No AR em 12/12/2017 - 18:00

 

O diagnóstico de morte cerebral, a partir desta semana, fica mais rígido e seguro. A mudança em algumas medidas será publicada em uma resolução do CFM, Conselho Federal de Medicina, 20 anos depois da que estava em vigor, no Brasil. Para o Conselho, as regras são mais “conservadoras e mais seguras” que em outros países.

Uma das principais mudanças é o intervalo entre a chegada do paciente à unidade hospitalar e o início da investigação de morte encefálica. Antes, se houvesse fortes indícios, os médicos poderiam abrir, imediatamente, o protocolo de morte cerebral. É o que explica o relator da nova resolução, o neurologista Hideraldo Cabeça.


O relator Hideraldo Cabeça ressalta que, com as normas, a intenção não é alterar o número de doações de órgãos, mas fornecer segurança às famílias. Mesmo assim, membros do CFM acreditam que os familiares ficarão mais confiantes de que a situação do paciente é mesmo irreversível e, assim, podem estar mais seguros na decisão de doar os órgãos do ente com morte encefálica confirmada e, com isso, salvar ou mudar vidas.

Como é o caso do jornalista e professor Leandro Oliveira, de São Paulo, que teve uma doença grave nos olhos, quando adolescente. Diagnosticado com Ceratocone, tinha 10% de visão e corria o risco de ficar completamente cego. Quase dez anos após o transplante de córnea que recebeu, se diz grato pelo ato de amor da família do doador.

Também entre as regras que seguem para publicação, foram incorporadas exigências como controle de temperatura e pressão arterial do paciente, sendo que dois médisos devem fazer a análise da possível morte cerebral. Antes, somente os neurologistas podiam fazer isso, agora a possibilidade é aberta, também, para especialistas em terapia intensiva e emergência, desde que não façam parte de equipe de transplante. Com isso, o número de profissionais que poderão realizar o diagnóstico sobe de cinco mil para quase 10 mil, no país.

Além dos dois médicos especialistas e devidamente capacitados, o paciente deve passar por exames clínicos e complementares. Isso é obrigatório e no último exame deve ser detectada a ausência de atividade cerebral.

Somente após a determinação da morte cerebral, é possível o início do processo de doação de órgãos do paciente morto, desde que a família concorde com a doação. Com as novas medidas, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, também acredita na melhor adesão de famílias ao processo de doação de órgãos.

De acordo com o CFM, somente no ano passado, o Brasil realizou cerca de 24 mil transplantes. Mais da metade deles, de córnea.

Criado em 12/12/2017 - 19:13 - Episódio Repórter Nacional Edição 18H

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