A Justiça Federal condenou a mineradora Sama e a multinacional Saint Gobain a pagar, cada uma, R$ 31 milhões por danos morais coletivos devido a exploração do amianto na Bahia.
As empresas extraíram o mineral durante quase 50 anos até 1968, no município de Bom Jesus da Serra, região centro sul do estado baiano.
De acordo com os ministérios públicos federal e da Bahia, com o encerramento da exploração do amianto, as empresas não adotaram medidas para impedir a contaminação da região pelo mineral, o que teria prejudicado um número indeterminado de pessoas, além do meio ambiente.
A sentença determina que os R$ 31 milhões de indenização sejam investidos em projetos culturais, sociais e ambientais em Bom Jesus da Serra, município a 464 quilômetros de Salvador.
A Justiça ainda determina o isolamento da antiga área da mineração com cercas de arame farpado e placas informando o risco à saúde.
As empresas vão ter que identificar e demolir as construções feitas com os rejeitos, bem como monitorar a área por no mínimo mais cinco anos para acompanhar a qualidade do ar.
As microfibras do amianto, ao entrar nas vias respiratórias, podem causar doenças graves, como o câncer de pulmão.
Em nota, a empresa Brasilit, que responde pela multinacional Saint Goban, informou que tomará as medidas legais cabíveis e ressaltou que foi a primeira empresa do país a eliminar o uso do amianto em seus processos de produção, a partir de 2001. A mineradora Sama não respondeu aos questiomentos até o fechamento desta reportagem .
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