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Assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes completam três meses sem respostas

A investigação está a cargo da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, comandada pelo delegado Fábio Cardoso

Repórter Nacional

No AR em 14/06/2018 - 12:00

A pergunta de Antônio da Silva reverbera em todo o mundo “Quem matou a sua filha Marielle Franco e o motorista dela Anderson Gomes”? Após três meses foram muitas as manifestações pedindo Justiça, as declarações das autoridades prometendo empenho e as especulações da imprensa furando o sigilo imposto ao caso, mas as respostas ainda não foram dadas. 

Mesmo sabendo que seu marido morreu pela casualidade de estar junto com a vereadora, a esposa de Anderson, Ágatha Gomes, também espera uma resolução

A investigação está a cargo da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, comandada pelo delegado Fábio Cardoso. Até o momento se sabe que Marielle e Anderson foram atingidos por projéteis desviados de um lote comprado pela Polícia Federal, que as balas foram disparadas por uma submetralhadora de uso restrito, que a rua no bairro do Estácio onde o crime ocorreu era monitorada por câmeras, mas que elas foram desligadas um dia antes, que o carro utilizado pelos assassinos tinha placas clonadas e que o veículo onde Marielle e Anderson estavam ficou semanas no pátio da DH e só depois foi levado para o Instituto de Criminalística onde passou por uma perícia mais detalhada.

Este último fato alimentou a desconfiança sobre a capacidade da polícia de desvendar o caso, mas o deputado federal Jean Wyllys que preside a Comissão Externa da Câmara criada para monitorar a investigação, prefere manter seu voto de confiança ainda que com cautela.

O sigilo imposto pela polícia também alimenta os questionamentos sobre o avanço dos trabalhos, mas ele não impediu o vazamento de informações para a imprensa, inclusive o depoimento de uma testemunha, implicando o vereador Marcelo Siciliano no caso.

O delator teria participado do grupo de milícia do qual Siciliano também faria parte e teria presenciado ele planejar a execução com o ex-policial militar Orlando de Araújo que está preso por sua atuação na quadrilha. Tanto Siciliano quanto Araújo negam qualquer envolvimento.

Para a viúva de Marielle, Monica Benício, não restam dúvidas de que o crime foi muito bem planejado e executado, mas os indícios não permitem cravar uma condenação.

O assassinato de Marielle e Anderson também se tornou um dos grandes desafios da intervenção federal deflagrada em fevereiro, mas para o interventor general Walter Braga Netto, o caso está sendo muito bem investigado, apesar dos prejuízos causados pelos vazamentos relacionados a Siciliano.

E além das famílias de Marielle e Anderson, o mundo inteiro aguarda a resolução do caso, além de ter sido assassinada no exercício do mandato, Marielle foi a quinta vereadora mais votada no Rio na última eleição e atuava há muitos anos na defesa dos direitos humanos, especialmente em prol dos moradores de favela e das mulheres negras.

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Tags:  Marielle Franco

Criado em 14/06/2018 - 12:00

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