6 de fevereiro é o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. O procedimento consiste na remoção parcial ou total da genitália externa feminina.
Apesar de a prática estar concentrada em países da África e do Oriente Médio, ela foi encontrada, há cerca de dois anos, entre povos indígenas latino-americanos, como contou ao Tarde Nacional desta sexta-feira (6) a integrante do Comitê CEDAW da ONU, Silvia Pimentel. O comitê do qual Silvia participa é responsável por fiscalizar o cumprimento da “Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher”.
Segundo Silvia Pimentel, o fato, até então desconhecido por muitos, mostra quão importante é falar do assunto e disseminar informação sobre a mutilação, que traz dor física e psicológica a cerca de 125 milhões de mulheres no mundo.
Ela ainda ressaltou que, por trás dessa e de outras práticas violentas, está uma sociedade patriarcal, que insiste em manter a mulher em uma posição subalterna.
Durante a entrevista, Silvia Pimentel descreveu situações alarmantes, como a encontrada na Etiópia, por exemplo. Lá, além da mutilação, é feita uma costura do que resta dos lábios vaginais das mulheres. Essa costura só é aberta quando a mulher vai parir.
Silvia Pimentel ainda contestou a informação de que a prática esteja caindo em desuso, afirmando que existem países na África em que mais de 90 por cento das meninas e jovens sofreram a mutilação genital.
O programa Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, na Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.