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As consequências reais do racismo virtual

ONG "Criola" lança campanha para combater o racismo praticado pela

Jurema Werneck, médica e fundadora da ONG Criola, organização conduzida por mulheres negras, que atua na defesa e promoção de direitos das mulheres negras, "em uma perspectiva integrada e transversal", falou ao Tarde Nacional sobre a campanha, "Racismo Virtual Consequências Reais", lançada nesta segunda-feira (09).

 

Mesmo sendo um crime inafiançável, o racismo é livremente praticado nas mídias sociais, em comentários de reportagens e de publicações em diferentes páginas na internet, como nas mídias sociais. Muitas vezes, os comentários são oriundos de perfis falsos, mascarando seus autores. Mas, muitas vezes, as pessoas não se escondem, ignorando a legislação, demonstrando o preconceito como se este fosse a regra.

 

A campanha "Racismo Virtual Consequências Reais", desenvolvida pela ONG Criola, surgiu a partir das agressões sofridas, nas redes sociais, pela jornalista Maria Júlia Coutinho, da TV Globo. No site da ONG, essa é a explicação sobre a iniciativa:

"Será que um comentário infeliz na internet pode gerar efeitos reais numa sociedade cada vez mais conectada? Para responder a essa questão e participar da mobilização em resposta ao caso de racismo nas redes sociais contra Maria Júlia Coutinho, a Maju, criamos, em parceira com empresas de mobiliário urbano, outdoors e busdoors com mensagens reais publicadas no Facebook contra a jornalista. Para dar mais impacto a ação, utilizamos a ferramenta GeoTag, que localiza os comentários e mostram os locais onde eles foram feitos, para exibir os painéis próximos as residências dos autores das declarações, nas cidades de Americana, Guarulhos e Feira de Santana. Com a mensagem 'Racismo virtual. As consequências são reais.', a ação tem o objetivo de mostrar que a web não é um território livre para a exposição de mensagens de ódio, racismo e preconceito e que cada vez mais essas atitudes vão gerar consequências para seus autores, seja por meio da legislação ou da exposição do comentário para o julgamento de todos".

 

Mais sobre Jurema Werneck:

Médica, mestre em Engenharia de Produção pela Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia, UFRJ (2000) e doutorada em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ (2007). Nasceu no Morro dos Cabritos em Copacabana, Rio de Janeiro. Recebeu da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro o título de Cidadã Benemérita do Estado do Rio de Janeiro. Integra o Board of Directors Global Fund for Women. Tem artigos e livros publicados sobre população negra, cultura negra, situação das mulheres negras, feminismo; racismo; saúde das mulheres negras, direitos sexuais e reprodutivos; políticas públicas para equidade de gênero e raça; saúde da população negra, bioética e direitos humanos.



Criado em 09/11/2015 - 19:33 e atualizado em 09/11/2015 - 17:22