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Momento Literário traz a poesia de Adão Ventura

Neto de escravizados, Adão Ventura formou-se em Direito, mas a literatura traçou seu destino

Antena MEC

No AR em 09/11/2021 - 18:00

No mês da data nacional da consciência negra, vale lembrar dos muitos escritores negros que transformaram sua literatura em luta, força e voz para as futuras gerações. Adão Ventura é um deles. O poeta, neto de escravizados, nasceu em Santo Antônio do Itambé, antigo distrito de Serro, em Minas Gerais. Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, mas o caminho da literatura traçou seu destino. Publicou seis livros de poemas. O primeiro tem um título extenso: Abrir-se um abutre ou mesmo depois de deduzir dele o azul.

Depois vieram As musculaturas do arco do triunfo, A cor da pele, Jequitinhonha, Poemas do vale, Textura Afro e Litanias de cão, que foi seu último livro.

Os temas sempre estiveram relacionados ao mundo do negro brasileiro, suas dores e batalhas. Sua obra foi traduzida para várias línguas, entre elas o inglês, o espanhol, o alemão e o húngaro. Adão Ventura morreu em 12 de junho de 2004, vítima de câncer. Sua força como poeta e defensor dos direitos dos negros, continua viva. Em cada verso, em todas as palavras, é possível ver a lucidez de um escritor que traduziu muito bem o sentimento de toda uma raça diante do passado, do presente e do futuro. Um de seus poemas, Negro forro, foi selecionado pelo crítico e curador literário Ítalo Moriconi para fazer parte da antologia “Os cem melhores poemas do século” em 2001. É com a leitura deste poema que Katy Navarro termina este Momento Literário .

“minha carta de alforria
não me deu fazendas,
nem dinheiro no banco,
nem bigodes retorcidos.
minha carta de alforria
costurou meus passos
aos corredores da noite de minha pele.”

A poesia de Adão Ventura em destaque no Momento Literário

 

 

 

Criado em 09/11/2021 - 11:58 - Episódio Momento Literário - Adão Ventura

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