Autora que com apenas uma obra, Madalena Antunes marcou seu nome na história literária brasileira. Afinal o livro “Oiteiro – memórias de uma sinhá-moça”, de 1958, é considerado a primeira obra memorialística feminina do nordeste.
O título é uma referência ao engenho oiteiro, no interior do Rio Grande do Norte, na cidade de Ceará-Mirim, onde nasceu Maria Madalena Antunes Pereira em 25 de maio de 1880.
É uma história que reconstitui os últimos anos da monarquia na região e mostra o olhar da menina que passou a infância durante o auge da produção canavieira.
Somente, aos 78 anos, é que ela realmente fez sua estreia na literatura. Só lançou o livro, inclusive, depois de muito incentivo dos amigos e escritores como Câmara Cascudo, Nilo Pereira e Palmira Wanderley.
A publicação foi bem recebida pelo público em geral, mas acabou ficando muito restrita ao estado do Rio Grande do Norte.
O livro tem uma linguagem simples e relatos da educação feminina no engenho, num tempo em que a maioria das meninas não estudava, a não ser que seus pais contratassem professores para ensinar em casa.
O livro sobre o tempo de infância no engenho da família descreve a educação de uma jovem sinhá no final do século 19. A leitura desta obra permite conhecer o passado para entender o presente. A última edição foi lançada em 2003.
Madalena Antunes morreu em 11 de junho de 1959, em Natal, e é sempre lembrada como a primeira memorialista nordestina, aquela que no começo de seu livro resume bem o estilo que a consagrou: “ no outono da vida, recordar a infância é abrir pontos de luz na estrada abandonada do passado”.
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