Figura emblemática da vida cultural do Rio de Janeiro dos anos 1940 e 1950, a vedete e empresária cultural Zaquia Jorge (1924-1957) marcou época, foi apagada da história e agora tem sua trajetória contada em biografia. Para marcar os 100 anos da artista, o escritor e jornalista Marcelo Moutinho lança o livro "Estrela de Madureira: A trajetória da vedete Zaquia Jorge, por quem toda a cidade chorou" (Ed. Record).
Além de contar a história da vedete, que morreu aos 33 anos, em 1957, afogada na Praia da Barra, o autor traça um rico panorama da sociedade carioca e da vida no subúrbio daquele período. O velório da artista reuniu milhares de fãs e contou com presença de autoridades.
Zaquia Jorge foi também uma empresária da cultura, com um olhar ousado para a época. Enquanto todo o circuito cultural carioca se concentrava na zona sul da cidade, ela abriu um teatro em Madureira. E foi um grande sucesso. Na vida pessoal, Zaquia Jorge também foi ousada. Desquitada, retomou o nome de solteira, abriu mão da guarda dos filho e se tornou uma empresária do ramo cultural.
O livro contém, ainda, texto de Ruy Castro e Luiz Antônio Simas. É a estreia do premiado escritor no mundo das biografias. Moutinho conquistou o Prêmio Jabuti 2022 na categoria Crônica, com “A lua na caixa d’água”, e o Prêmio Clarice Lispector 2017, da Fundação Biblioteca Nacional, com a seleção de contos “Ferrugem”.