Os altos e baixos do cinema brasileiro, desde o sucesso do filme "Carlota Joaquina", tido como marco da retomada até o início do governo Dilma são o foco do livro "Cinema brasileiro a partir da retomada – Aspectos econômicos e políticos" (Summus Editorial). O autor, cineasta, professor e crítico de cinema Marcelo Ikeda conversou com o Arte Clube sobre a obra. Ele também falou sobre os rumos do cinema nacional neste momento de crise econômica. Clique no player para conferir a entrevista.
Em 272 páginas, Ikeda percorre os últimos 25 anos para traçar um panorama das políticas públicas – sobretudo as cinematográficas – para o setor audiovisual no Brasil, mesclando um referencial teórico sobre as transformações do Estado brasileiro no período com uma extensa compilação de dados de captação de recursos e da performance de filmes nacionais no mercado local.
No livro, o autor pesquisou três grandes momentos do cinema nacional nesse período. O primeiro corresponde à reconstrução do apoio estatal ao cinema brasileiro, com a implantação do modelo de fomento indireto, baseado nas leis de incentivo fiscal (Lei Rouanet e Lei do Audiovisual) no governo Collor; o segundo, é a consolidação do modelo estatal no fim do mandato do governo FHC, com base na atuação de um “tripé institucional” formado pelo Conselho Superior do Cinema, pela Secretaria do Audiovisual e, sobretudo, pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). E o terceiro grande momento, já no governo Lula, corresponde à reavaliação desse modelo e aos novos rumos na política cultural brasileira, com o Estado retomando seu poder ativo de proposição das políticas culturais. Por fim, no epílogo, Ikeda trata das políticas audiovisuais na primeira fase do governo Dilma e se estende a uma projeção da atividade para os próximos anos.