Entenda como surgiu o feminismo e o legado dos movimentos para atualidade

Como surgiu o feminismo, quais são os legados dos movimentos para história e o dias atuais foi o tema do debate do Bate-papo Ponto Com desta segunda-feira (2). Para explicar o assunto, o programa contou com a pesquisadora da Revista de História da Biblioteca Nacional, Nashla Dahás. 

Também participaram do Bate-papo Ponto Com as estudantes Maria Leão, do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e feminista do movimento Rua, e Isis Araújo, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF). 

Nashla destacou a importância de conversar sobre o assunto, que também é tema da Revista de História da Biblioteca Nacional do mês de fevereiro. "Quando penso no tanto que há por vir, na quantidade de pautas e temas, e nas dificuldades que os movimentos enfrentam, na criminalidade de gênero, no feminicídio, que tem como única razão o gênero, e de como isso tem aumentado, eu fico muito assustada. Esse quadro torna cada vez  mais os feminismos importantes e necessários", disse a pesquisadora.

A historiadora explicou ainda o motivo de se falar feminismos ao invés de feminismo, no singular. "Uma marca, desde que a palavra feminismo surgiu, tem sido a fragmentação, tem sido a multiciplidade e a segmentação. Por exemplo, hoje há transfeminismos, ecofeminismos, enfim, grupos variados com pautas muito específicas entre si. Nunca houve um movimento com uma pauta completa, e como não havia possibilidade de falar de sexo, de sexualidade, de voto, de ser sujeito, do século XVIII pra cá, as questões foram nascendo ao longo da luta. Um exemplo, a questão das domésticas, os movimentos feministas no Brasil, no século XX, foram caracterizados majoritariamente por serem de mulheres de classe média. Essas mulheres para irem às ruas manifestar, para reivindicarem, elas precisavam que uma doméstica ficasse na casa delas cuidando da família. Então, como incluir a pauta das domésticas, que é algo contra a servidão, quando você faz uso dessas mulheres dentro da própria casa? Então, foi a partir 1980 para cá que surgiram movimentos em defesa das domésticas", ressaltou Nashla Dahás.

Ouça no player acima a íntegra do programa. Com apresentação de Cadu Freitas, o Bate-papo Ponto Com vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, pela rádio MEC AM do Rio de Janeiro. Acompanhe o programa ao vivo, aqui nas Rádios EBC.