O Bossamoderna deste domingo (03) destaca um acessório muito importante para o nosso dia a dia, o sapato. O programa faz uma seleção musical com composições que utilizaram este utensílio como tema principal, como “Cavaco e sapato”, de Zeca Pagodinho e Sapato 36, de Raul Seixas, além de apresentar trabalhos de outros grandes nomes da música brasileira como Alcione, Elza Soares, Rita Lee, entre outros.
O programa começa com o mestre do samba Paulinho da Viola, apresentando a música: “Um barato o meu novo sapato”. A obra enfrentou as teias da ditadura militar no disco “Memórias cantando”, de 1976.
Também insubmisso é o “Sapato 36”, do iconoclasta militante baiano Raul Seixas, em faixa do disco “O dia em que a terra parou”, de 1977.
O Bossamoderna destaca a obra dos bambas cariocas, Mauro Duarte e Elton Medeiros, apresentando a música “Meu sapato já furou”, com a mineira Clara Nunes, em faixa de seu disco “Alvorecer”, de 1974.
O programa também destaca o antológico samba dos primórdios, com assinatura do lendário malandro do Estácio, Oswaldo Vasques, o Baiaco, e Aurélio Gomes, com a obra “Arrasta a sandália”, no sambalanço do órgão do cearense Ed Lincoln, em faixa do disco “Órgão espetacular”, de Ed Lincoln de 1961.
Também das hostes do sambalanço, o internacional baterista fluminense de Campos dos Goytacazes, Jadir de Castro manda “Porquoi? Essa nega sem sandália”, parceria com o gaúcho Caco Velho, em faixa do disco “Jadir no samba”, de 1962.
Mineiro de Curvelo, Luiz Claudio Castro compôs mais um clássico do sambalanço, “Deixa a nega gingar”, na voz também sambalançante de Elza Soares, com um tempero caribenho na orquestração do maestro Nelsinho, em faixa do disco “Com a bola branca”, de Elza Soares, de 1966.
Sucesso de 1958 do paulistano Germano Mathias, em parceria com Sereno, “Guarde a sandália dela” também ganha sua tintura de sambalanço, com o órgão do mineiro de Baependi, Celso Murilo, em faixa do disco “Sambas na passarela”, de 1961.
Composição de Pedro Caetano e do mineiro Alcyr Pires Vermelho, “Sandália de prata”, mistura tradição e modernidade no fraseado do carioca precursor da bossa nova, Johnny Alf, na obra que ele gravou em compacto de 1972.
O samba rock do Clube do Balanço de São Paulo, terra do suingue, entra nessa edição calçadista do Bossamoderna: “De chinelo”, Solo vocal da co-autora Tereza Gama, em parceria com o baixista do grupo, Gringo Pirrongelli, do disco “Menina da janela”, do Clube do Balanço, gravado em 2013.
Mais samba rock, ou melhor suingue paulista, no “Sapato de ouro”, do grupo Sandália de Prata, de Marquinho Dikuã, em faixa do disco “Samba pesado”, de 2009, do grupo Sandália de Prata, solo vocal de Ully Costa.
Vocalista e trompetista maranhense, que começou na noite carioca, Alcione comparece nesta edição sapateada do Bossamoderna: “Entre a sola e o salto”, de Gilberto Gil, em faixa de seu disco “Alerta geral”, de 1978.
Já Zeca Pagodinho apresenta a composição “Cavaco e o sapato”, em parceria dele com o enciclopédico Nei Lopes. Dupla de exímios artífices do samba carioca, Zeca Pagodinho e Nei Lopes confeccionaram com esmero este “Cavaco e sapato”, que Pagodinho gravou em seu disco “À vera”, de 2005.
Auto intitulado “sambista de calçada”, o carioca João Nogueira calça seu “Sapato de trecê”, parceria com o maranhense Nonato Buzar, faixa do disco “Bem transado”, de João Nogueira, de 1983.
Outra sumidade da ginga carioca, Elton Medeiros, descreve a “Sandália dourada” que encomendou para a amada passista, em faixa do disco de estreia solo que levou o nome de Elton, em 1973.
De origem baiana, o Quarteto em Cy articula os vocais no sucesso setentista “Sapato velho”, de Paulinho Tapajós, Mu e Claudio Nucci, em faixa do disco “Querelas do Brasil”, de 1978.
Do Sul, vem o gaúcho de Pelotas, Vitor Ramil, mas numa outra latitude estética: “Sapatos em Copacabana”, de sua autoria ao violão, acompanhado por Marcos Suzano, percussão, e Santiago Castellani, tuba, num arranjo inspirado no baixo de Nico Assumpção, em faixa de seu álbum duplo “Foi no mês que vem”, de 2013.
A edição sapateira do Bossamoderna termina “De pés no chão”, na sagaz composição da paulista Rita Lee em releitura abrasiva da baiana Márcia Castro, faixa do título do disco de Márcia Castro, de 2012.
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Bossamoderna vai ao ar todo domingo, às 22h, pelas Rádios MEC AM e FM, com reprise toda quarta, às 21h, na MEC AM. Envie seus pedidos de músicas, participação ou informações da programação também pelo Whatsapp (21) 99710-0537.