O Blues toma conta do Bossamoderna

O Bossamoderna aborda o blues, gênero primal da canção afro-americana, que semeou afinidades com nossos modernistas. Como a “Bossa nova blues”, do violonista, guitarrista, compositor e orquestrador carioca Oscar Castro Neves, com ele e o baterista Milton Banana.

Também dos primórdios da bossa, o compositor, violonista e guitarrista Roberto Menescal escreveu “Eu canto meu blues”, com Oswaldo Montenegro. E gravou a música ao lado de Wanda Sá, no disco “Declaração”, de 2010. “Meu pobre blues”, do capixaba Sérgio Sampaio, foi adornado pela voz superlativa de Zizi Possi.

Nascida em São José do Rio Preto, no interior do Estado, mas criada na capital de São Paulo, Isabel Fontana Garcia, a Bluebell, farfalha no blues “Estrangeira”, parceria com Luiz Venâncio.

Mineiro, irmão do compositor João Bosco, Tunai manda seu “Blues afins”, escrito com Sérgio Natureza.

E vem aí a híbrida “Chorosa blues”, de Antonio Adolfo, com o sax/flautista carioca Mauro Senise. Sacerdotisa da canção amorosa, Nana Caymmi singra a sarcástica “Bancarrota blues”, de Edu Lobo e Chico Buarque, da trilha da peça teatral “O corsário do rei”, de 1985.

Do sul, vem a “Milonga blues”, de Oly Jr., com Bebeto Alves, em faixa do disco “Os black bagual”, de 2009. As cariocas Joyce Moreno e Sandra de Sá duetam em “Stone washed”, de Joyce e Monique Hecker. Formado pelos compositores Luiz Flavio Alcofra e Mauro Aguiar e a cantora Mariana Baltar, o Tresvarios também aborda o blues em “Claudicantes”, de Alcofra e Aguiar, na voz de Mariana.

Cantora e compositora cearense, Mona Gadelha lançou em 2013, o CD “Cidade blues rock nas ruas”. Do disco, são suas composições “Cidade blues” e “Vulnerável blues”.

E este Bossamoderna blueseiro fecha com o alagoano Djavan, que adiciona nordestinidade ao gênero no “Aboio blues”, do compositor e cineasta baiano André Luis Oliveira, que dirigiu o clássico underground, “Meteorango Kid, herói intergalático”.