Carnaval é o tema do Bossamoderna

É Carnaval no país e no Bossamoderna deste domingo (07). Jorge Ben e João Mello, já em 1970, prenunciavam uma folia em penúria financeira. “Tá chegando o mês de fevereiro/ e já acabou o meu dinheiro”, reclamam através d’Os Originais do Samba. Recado cifrado de Chico Buarque nas trevas da ditadura, “Quando o carnaval chegar”, da trilha do filme homônimo, ganhou releitura trepidante da rapper paulistana Lurdez da Luz, ex- integrante do Mamelo Sound System.

Também de São Paulo, é a Filarmônica Pasárgada com “Amor e carnaval”. Outra folia assimétrica paulistana é a do Grupo Rumo: “Carnaval do Geraldo”, do disco “Rumo ao vivo”, de 1981. A folia dissonante segue em São Paulo, com o “Bloco torto”, com Ná Ozzetti e o grupo Passo Torto, composição dela e dos integrantes do grupo, Rômulo Fróes, Kiko Dinucci e Rodrigo Campos. De Rômulo também é “Mulher do fim do mundo”, parceria com Alice Coutinho, incorporada pela indomável Elza Soares.

E agora quem bota “O bloco” na rua é a paulistana Maria Gadú, em parceria com Maycon Ananias. Faixa de um disco marginalizado da carreira do carioca Paulinho da Viola, que levou seu nome, em 1968, “Meu carnaval” é parceria de outro carioca, Elton Medeiros, com o poeta mineiro Antonio Carlos de Brito, o Cacaso. Da ancestral Mangueira, Estação Primeira, desfila “Amor de carnaval”, de e com Carlos Moreira de Castro, o mitológico Carlos Cachaça.

Um dos baluartes da Portela, Zé Kéti, também dá sua receita de “Amor de carnaval”. Outro primevo “Amor de carnaval” é o registrado pelo baiano Gilberto Gil num de seus discos iniciais, de 1962. Também em começo de carreira, a carioca Elizabeth Santos Leal de Carvalho, a Beth Carvalho, registrou “Carnaval”, de Carlos Elias e Nelson Lins e Barros. “Carnaval” também é o título da composição do paulistano Arnaldo Antunes, gravada em seu disco “Nome”, de 1993, com participação de Marisa Monte.

“Carnaval” ainda é o título da composição de Zé Paulo Becker e Marcos Sacramento, gravada pelo niteroiense Marcos, em seu disco “Auto retrato”, de 2015, que tem também “Sereia na avenida”, só de Sacramento. Lançada por Ney Matrogrosso em 1982, “Alegria e carnaval” voltou ao repertório do nativo de Bela Vista, no estado que lhe deu o sobrenome artístico. A composição de Jorge Aragão e Nilton Barros está no disco “Ney ao vivo”, de 1989.

E este Bossamoderna folião encerra com uma pérola estilística da dupla Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, “Não tem perdão”. “Quem faz o meu carnaval sou eu”, decide a letra. 

Bossamoderna vai ao ar todo domingo às 22h na MEC FM Rio. Envie seus pedidos de músicas, participação ou informações da programação também pelo Whatsapp (21) 99710-0537.