O assunto de hoje no Brasil Rural é o herbicida glifosato e sobre o grau de segurança deste princípio ativo. Para falar deste assunto, o programa conversou com Daniel Coradi, coordenador de Reavaliação da Gerência-Geral de Toxicologia (GGTOX) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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O glifosato é uma substância aplicada largamente na agricultura. Há estudos que afirmam que glifosato pode ser cancerígeno e até mesmo causar autismo, mas Daniel afirma que essas conclusões não são levadas em consideração, pois não há evidências que comprovem associação com o transtorno do desenvolvimento, sendo este um consenso mundial.
Ele ainda afirma que não há evidências de causa e efeito no desenvolvimento do câncer. Nenhum país proibiu o uso de glifosato e não foi possível no Brasil encontrar evidência científica para a retirada do herbicida do mercado. Mas, de acordo com o especialista, isso não quer dizer que a substância é inofensiva.
Segundo ele, “os trabalhadores são os principais afetados pelos efeitos do glifosato e eles é que devem ser o foco da atenção da nossa atuação”, afirma.
Sobre o risco do contato com o produto, ele explica que existe a exposição aguda, que é uma dosagem alta causada com o contato direto do herbicida com o trabalhador. Na exposição crônica, ou seja, o trabalhdor é submetido a dosagens pequenas e diárias, que também podem causar efeitos colaterais. Por isso, ele reforça a necessidade de usar o equipamento de proteção individual de forma adequada.
“Estudos em ratos tem mostrado que algumas manifestações podem ocorrer. Então, os seres humanos têm que ser protegidos dessa exposição crônica diária e a única maneira de fazer isso é usando o equipamento de proteção individual, respeitando as recomendações de rótulo e bula”, destaca.
O Brasil Rural vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 5h, pelas rádios Nacional AM Brasília e Nacional AM Rio; sábado, às 5h, pela Rádio Nacional do Alto Solimões e, às 7h, pelas rádios Nacional AM Brasília e Nacional da Amazônia.