Concertos Deutsche Welle deste sábado (18) apresenta a segunda parte da extensa "Sinfonia número 6", de Mahler, apresentada pela Orquestra Filarmônica de Rotterdam, sob a regência do cativante maestro franco-canadense Yannick Nézet-Seguin.
A "Sexta Sinfonia", de Mahler, foi apresentada no Beethovenfest em Bonn, um festival anual na cidade natal do compositor que tem visão abrangente de seu trabalho e de sua influência. O compositor que, sem dúvida, aprendeu mais que algumas lições da revolução de Beethoven no gênero sinfônico foi Gustav Mahler.
Na semana passada, o programa apresentou os movimentos de 1 a 3 de sua sinfonia, comumente chamada de “A Trágica”. Para o maestro Yannick Nézet-Seguin, o último movimento possui uma dimensão épica que pode ser considerada uma das coisas mais desafiadoras que Mahler escreveu.
É parte da expressividade do movimento, estar cansado e tentar se reerguer, querendo viver e, toda vez que o renascimento é bem-sucedido, um grande destino, um grande golpe de martelo do destino nos joga para baixo novamente e, então, temos de entrar em pânico, cair de novo e se reerguer até o próximo. É esse jogo entre se erguer e cair que dá à sexta de Mahler seu apelido “a sinfonia trágica”, mais evidente no final que em qualquer momento e, após mais de 30 minutos de altos e baixos intensos, a música chega a uma parada abrupta.
Esse movimento final da sexta sinfonia de Mahler é também famoso por seus golpes de martelo, pancadas maciças da percussão, que podem representar os golpes do destino. O maestro notadamente supersticioso decidiu de última hora encurtar o número de golpes de 3 para 2 em sua partitura. Sua intenção, dizem, foi evitar uma tragédia em 3 vias em sua própria vida.
Ouça, então, o quarto movimento da Sinfonia 6, de Mahler.
Concertos Deutsche Welle vai ao ar todo sábado, às 17h, na MEC FM Rio.
Yannick Nézet-Séguin é o destaque no Concertos Deutsche Welle