O Música e Músicos do Brasil deste domingo (11) apresenta um pouco mais do álbum lançado em maio de 2023 e inteiramente dedicado a Almeida Prado, com o Coro e Orquestra Sinfônica de São Paulo e a regência de Neil Thomson.
O destaque do programa será a peça Pequenos Funerais Cantantes, vencedora do Primeiro Festival de Música da Guanabara, em 1969, e que impulsionou a carreira de compositor de Almeida Prado. O prêmio deu ao jovem artista (que na época tinha um pouco mais de 25 anos) uma bolsa de estudos para a Europa, onde teve aulas com nomes como Olivier Messiaen e Nadia Boulanger. A peça, cujo nome completo é Pequenos Funerais Cantantes ao Poeta Carlos Maria de Araújo, tem como base o poema homônimo de Hilda Hilst. Mesmo sendo uma obra do início da carreira de Almeida Prado, percebe-se aspectos bem característicos do compositor, como a capacidade inventiva em criar sonoridades únicas a partir de diferentes combinações de escrita coral e orquestral.
Referência da música contemporânea brasileira, Almeida Prado foi compositor, pianista, regente e professor, iniciando os estudos ainda na infância, sob a orientação da pianista e compositora Dinorá de Carvalho. Compositor multifacetado, Almeida Prado compôs mais de 500 obras, abrangendo praticamente todos estilos e gêneros musicais. Sempre buscando a originalidade, ele possuía uma estética livre de qualquer rótulo, empregando elementos do nacionalismo, tonalismo e atonalismo, em variadas temáticas, inclusive místicas e religiosas.
O programa apresenta, também, o segundo volume do CD Almeida Prado: Cartas Celestes, gravado pelo premiado pianista Aleyson Scopel e eleito pela Revista Bravo com um dos “Dez álbuns imperdíveis de música erudita”, de 2017. O CD faz parte de um projeto que Scopel realizou, com a gravação de todo o ciclo de 18 obras de Almeida Prado, que retratam corpos celestes a serem vistos no céu brasileiro. Com estas Cartas Celestes, o compositor inventou uma nova linguagem harmônica chamada “transtonalidade”.
