Nesta entrevista, o Nacional Jovem chama a atenção para a incidência do câncer infantojuvenil no país: a cada ano, cerca de oito mil crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer no Brasil. A apresentadora Ediléia Martins conversou com o oncologista pediátrico Renato Melaragno, que tem mais de 40 anos de experiência no tratamento do câncer infantojuvenil, e é membro da Comissão Médica do Instituto Ronald McDonald.
Na conversa, dr. Renato Melaragno conta que o câncer tem um comportamento todo diferente, quando comparado ao câncer que acomete adultos: "A doença na criança é muito mais agressiva. Ela não espera meses, anos, como acontece no adulto. Também não tem relação com fatores ambientais, como cigarro, álcool. É um problema da célula que, por algum motivo ainda a ser estudado, ela perde o controle. Os tumores geralmente crescem muito mais rápido".
Melaragno também diz que os tipos mais frequentes de câncer em crianças e adolescentes são as leucemias, os tumores do cérebro e do sistema nervoso central, e os linfomas. Outro assunto levantado na conversa é sobre como a taxa de sobrevivência ao câncer infantil é desigual entre as regiões do Brasil: no Sul e Sudeste fica entre 70% a 80%, enquanto na Região Norte, de 50% a 60%.
"Isso se deve a dois fatores: primeiro, o diagnóstico tardio. O acesso ao serviço de saúde no Norte é mais difícil do que no Sul. E também, o serviço não tem a mesma qualidade, infelizmente. O tratamento é muito caro e nem todos os lugares tem tudo o que é necessário para oferecer o tratamento", diz o médico. "Nós temos muitos estados que tem o mesmo tratamento que é oferecido fora do país. Em outros lugares, estamos atrasados. Mas temos condições de oferecer o melhor tratamento".
A entrevista também aborda os novos tratamentos, como remédios que atuam especificamente em cima das células adoecidas, sendo mais eficazes e causando menos efeitos colaterais. "Isso ainda não está disponível para todos os tipos de tumores, mas está avançando muito rápido. Acredito que, em poucas décadas, teremos drogas muito específicas, para cada tipo de tumor".
Você ouve a entrevista completa clicando no player acima.
O Nacional Jovem vai ao ar de segunda a sexta, de 13h30 às 15h, na Rádio Nacional da Amazônia.