Recentemente uma notícia vinda dos EUA deu o que falar, o ensino de letra cursiva conhecida como a letra de mão passou a ser opcional nas escolas, e pode ser extinto pra valer nos próximos anos. Será que no Brasil teremos o fim da letra cursiva? Sobre essa questão polêmica, o programa Nacional Jovem, nesta quarta-feira (15), conversou com a professora, mestre em psicologia de educação e coordenadora do Instituto Avisa lá, uma organização não-governamental, que tem a finalidade de contribui para qualificar a prática pedagógica das redes públicas de educação infantil, Sílvia Pereira de Carvalho.
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Para Sílvia, a escrita é uma construção que revolucionou o pensamento, e as ações humanas, uma vez que você registra, escreve, e guarda memória de coisas importantes e transforma o jeito de pensar, seja ela cursiva ou não. No entanto, a profissional enfatiza, que aprender a escrever em letra cursiva é uma habilidade que nós deveríamos seguir ensinando: “é muito mais fácil, e muito mais simples para crianças ou adultos em fase de alfabetização aprenderem a escrever em letra de forma, mas a agilidade mental vem da letra cursiva.” afirma a pedagoga.
Sobre uma corrente que defende, que o uso da letra cursiva é um instrumento de discriminação, por exemplo com pessoas com deficiências mentais ou mesmo com menor capacidade motora, Silvia ressalta que é um equívoco achar que o ensino da letra cursiva exclui e segrega as pessoas, para ela, é apenas uma habilidade motoro que depende da prática.
No entanto, a psicóloga reforça que é preciso ajustar o tipo de letra para as pessoas com deficiência. “Você não pode discriminar. A escola tem que incluir e fazer com que essas pessoas avancem, saber escrever ou não com a letra cursiva não é motivo de exclusão”, esclarece.
Peguntada se haveria impactos na preservação e desenvolvimento da cultura brasileira caso haja a opção do desuso da linguagem cursiva, a mestre destaca que a letra cursiva faz parte da história pessoal de cada um, e a história pessoal das pessoas integram a cultura de um país, por isso, ela acredita que isso impactaria de forma incisiva a nossa cultura.
Confira a íntegra da entrevista!
O Nacional Jovem vai ao ar de segunda a sexta, às 14h (horário de Brasília), na Nacional da Amazônia, e às 12h (horário local) na Nacional do Alto Solimões. Você pode ouvir o programa no mesmo horário, ao vivo, aqui no site das Rádios EBC.